A palestra foi proferida pelo professor Sérgio Luís de Carvalho, da cidade de Ilha Solteira (SP). As atividades foram iniciadas com a apresentação de canções de harmonização interpretadas ao violino por João Paulo Machado, com Doutoramento pela Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos da América.
Historia de Celso de Almeida Afonso
Celso de Almeida Afonso nasceu em Araxá (MG). Espírita, exerceu a função de ourives em Uberaba. trabalhou no Centro Espírita Aurélio Agostinho, em reuniões de psicografias, por mais de quarenta anos.
A mãe de Celso, Dona Margarida, espírita convicta e praticante, levava o filho às reuniões. Na ocasião, muito jovem, Celso participava atentamente, sem compreender muito a Doutrina Espírita. Algum tempo depois, o menino de 14 anos viu nitidamente o pai, em seu quarto. Detalhe: o pai havia desencarnado há mais de dois anos. "Foi terrível, inexplicável. Ainda hoje não consigo descrever o que senti ao ver um Espírito assim, na minha frente. Fiquei tão assustado que a voz não saía da garganta". Diz, num tom sério.
A partir daí, o menino só dormiu com a luz do quarto acesa. Foi acometido de um pavor incontrolável contra tudo o que se referisse ao Espiritismo, abandonando as reuniões que frequentava com a mãe.
Aos dezesseis anos, morando em São Paulo, Celso foi a Sacramento (MG), visitar uma tia. A cidade estava em polvorosa. Todos falavam do homem que psicografava e trazia mensagens dos Espíritos. Era Chico Xavier. Naturalmente, todos os espíritas iriam vê-lo e Celso, mesmo com medo, decidiu comparecer ao evento.
Vendo o tumulto e o número considerável de pessoas, afastou-se rapidamente. "Foi quando uma senhora pediu: ‘Chico, autografa esse livro pra mim.’ Chico olhou em minha direção e disse: ‘Só se o Celso me emprestar a caneta que ele tem no bolso.’ Lembro dessa cena como se fosse hoje, agora. Foi indescritível!”. conta, visivelmente emocionado.
Chico Xavier aproximou-se de Celso e o apresentou para a comitiva que o acompanhava: “Esse rapaz vai trabalhar conosco, em Uberaba.”
Não querendo retrucar, Celso nada disse. Mas sabia que seria quase impossível trabalhar com Chico Xavier. A família era de Araxá, morava em São Paulo e não conhecia ninguém de Uberaba; aliás, nunca nem tinha ido lá. "Só pra ver como é a vida: voltei para São Paulo, minha mãe ficou muito doente. O clima da cidade fazia muito mal para ela. Minha irmã casou-se e foi morar em Uberaba. Por causa da doença da minha mãe, mudamos para a casa da minha irmã. Em apenas dois anos a previsão se cumpriu!", Celso garante.
Iniciando sua caminhada no Espiritismo, Celso participava das reuniões, eventos e doações. Seu cotidiano exigia mais responsabilidades, estava comprometido com a Doutrina Espírita. Certo dia, em casa, assistindo a uma partida de futebol na TV, ouviu baterem à porta. Levantou-se do sofá e abriu: “Era uma mulher. Emudeci, parecia que eu estava pregado no chão. Era um Espírito que vagava. Num susto, bati a porta violentamente", diz, hoje sorrindo do ocorrido. Garante que, curioso, voltou a abrir a porta e a mulher já estava indo embora. Ela olhou para trás e disse: “Tá com medo de mim, né, Celso?”
Chico Xavier foi seu maior professor.
Aos 23 anos fez sua primeira psicografia, porém, não aceitava essa faculdade mediúnica. Psicografava apenas na presença de um reduzido número de pessoas. Tinha receio de ser chamado de charlatão, ser julgado pelas pessoas. Para ele, era difícil largar sua casa, a família e sentar a uma mesa para psicografar na frente de uma enorme quantidade de pessoas.
Certo dia, Chico Xavier o procurou e fez a inevitável pergunta: “Quando começa a psicografar?" Celso, meio constrangido, alegou não ter capacidade para se expor. Alguns iriam julgá-lo impostor. Chico o observou em silêncio por alguns instantes e disse: "Então, você é melhor que Jesus. Ele foi julgado! Ora, Celso, se te chamarem de impostor você sabe que não é, e se lhe chamarem de santo, você também sabe que não é... E mais: julgado, todos os dias nós somos julgados: em casa, na rua, no emprego... O que importa é o trabalho a fazer”.
Diante dessa "intimação", Celso começou efetivamente a psicografar perante o povo, nas reuniões espíritas. E numa dessas reuniões, um homem atrapalhava a passagem das pessoas até a mesa da psicografia. Perguntou aos presentes quem era o desconhecido e ninguém soube responder. O estranho se aproximou de Celso e o tranquilizou: "Calma, vou te dar um passe".
Depois de alguns dias, na casa de um amigo, Celso reconheceu o homem, através de uma fotografia. Segundo ele, era o Dr. Henrique Krueger, já desencarnado.
Mas o espírita gosta mesmo é de receber a carta de um ente desencarnado e transmiti-la para a família. Já apaziguou muitas mães desesperadas. O que pede em troca ao passar as mensagens? "Apenas que essas mães rezem por mim... enquanto minhas orações só chegam até esse telhado aqui, a prece de mãe arromba a porta do céu!".
Celso sempre falava que oramos por três motivos: pedir, louvar e agradecer. Porém, pouco louvamos, pouco agradecemos e pedimos sem parar.
Ele recebeu várias mensagens de Espíritos ilustres, entre eles Clara Nunes, Altemar Dutra, o piloto do helicóptero acidentado de Ulisses Guimarães, e Mamonas Assassinas. Psicografando livros, escreveu Fonte Fraterna, com mensagens de otimismo. Concedeu entrevistas ao Globo Repórter, Fantástico, Ana Maria Braga, no programa Mais Você, Rede Bandeirante, Rede TV e revista Isto É , entre milhares de outras. Em 2011, saiu matéria sobre ele na edição da revista Super Interessante, mas não lhe agradava muito a notoriedade. Relata que a mídia enfatiza muito as mensagens de celebridades falecidas.
O que realmente importa é a caridade no dia a dia. Avisa que caridade não é apenas dar um pão a um necessitado. É perdão e paciência com quem convive e está ao seu lado. Sorrindo, Celso finaliza a entrevista: “Como diz um amigo meu: que Deus te persiga!”.
Celso psicografou mais de 30 mil cartas de familiares e editou 34 livros e cinco CD’s, doando todos os direitos autorais a instituições espíritas. Ele foi um baluarte, um grande missionário; cumpriu sua missão com louvor. Celso também trabalhou com o médium Chico Xavier. As pessoas consideravam-no um sucessor do Chico, mas ele afirmava que era um aluno de Chico Xavier. Celso de Almeida Afonso desencarnou na madrugada de terça-feira, 26 de fevereiro de 2013, aos 72 anos.
Em tempo – Entenda-se porque mão foi registrada, aqui, a biografia de Adelino de Carvalho, personagem sempre lembrado em palestras no Grupo da Fraternidade Espírita José Grosso e Maria João de Deus.
A presente matéria é, especificamente, dedicada a Celso de Almeida Afonso, por isso lembramos a sua biografia, ficando para breve, em outro momento, a lembrança de Adelino de Carvalho, através da sua biografia.
fonte: Grupo da Fraternidade Espírita José Grosso e Maria João de Deus - Três Lagoas (MS), situado na Viela Chico Xavier, esquina com a Rua Allan Kardec, na Vila Haro
Historia de Celso de Almeida Afonso
Celso de Almeida Afonso nasceu em Araxá (MG). Espírita, exerceu a função de ourives em Uberaba. trabalhou no Centro Espírita Aurélio Agostinho, em reuniões de psicografias, por mais de quarenta anos.
A mãe de Celso, Dona Margarida, espírita convicta e praticante, levava o filho às reuniões. Na ocasião, muito jovem, Celso participava atentamente, sem compreender muito a Doutrina Espírita. Algum tempo depois, o menino de 14 anos viu nitidamente o pai, em seu quarto. Detalhe: o pai havia desencarnado há mais de dois anos. "Foi terrível, inexplicável. Ainda hoje não consigo descrever o que senti ao ver um Espírito assim, na minha frente. Fiquei tão assustado que a voz não saía da garganta". Diz, num tom sério.
A partir daí, o menino só dormiu com a luz do quarto acesa. Foi acometido de um pavor incontrolável contra tudo o que se referisse ao Espiritismo, abandonando as reuniões que frequentava com a mãe.
Aos dezesseis anos, morando em São Paulo, Celso foi a Sacramento (MG), visitar uma tia. A cidade estava em polvorosa. Todos falavam do homem que psicografava e trazia mensagens dos Espíritos. Era Chico Xavier. Naturalmente, todos os espíritas iriam vê-lo e Celso, mesmo com medo, decidiu comparecer ao evento.
Vendo o tumulto e o número considerável de pessoas, afastou-se rapidamente. "Foi quando uma senhora pediu: ‘Chico, autografa esse livro pra mim.’ Chico olhou em minha direção e disse: ‘Só se o Celso me emprestar a caneta que ele tem no bolso.’ Lembro dessa cena como se fosse hoje, agora. Foi indescritível!”. conta, visivelmente emocionado.
Chico Xavier aproximou-se de Celso e o apresentou para a comitiva que o acompanhava: “Esse rapaz vai trabalhar conosco, em Uberaba.”
Não querendo retrucar, Celso nada disse. Mas sabia que seria quase impossível trabalhar com Chico Xavier. A família era de Araxá, morava em São Paulo e não conhecia ninguém de Uberaba; aliás, nunca nem tinha ido lá. "Só pra ver como é a vida: voltei para São Paulo, minha mãe ficou muito doente. O clima da cidade fazia muito mal para ela. Minha irmã casou-se e foi morar em Uberaba. Por causa da doença da minha mãe, mudamos para a casa da minha irmã. Em apenas dois anos a previsão se cumpriu!", Celso garante.
Iniciando sua caminhada no Espiritismo, Celso participava das reuniões, eventos e doações. Seu cotidiano exigia mais responsabilidades, estava comprometido com a Doutrina Espírita. Certo dia, em casa, assistindo a uma partida de futebol na TV, ouviu baterem à porta. Levantou-se do sofá e abriu: “Era uma mulher. Emudeci, parecia que eu estava pregado no chão. Era um Espírito que vagava. Num susto, bati a porta violentamente", diz, hoje sorrindo do ocorrido. Garante que, curioso, voltou a abrir a porta e a mulher já estava indo embora. Ela olhou para trás e disse: “Tá com medo de mim, né, Celso?”
Chico Xavier foi seu maior professor.
Aos 23 anos fez sua primeira psicografia, porém, não aceitava essa faculdade mediúnica. Psicografava apenas na presença de um reduzido número de pessoas. Tinha receio de ser chamado de charlatão, ser julgado pelas pessoas. Para ele, era difícil largar sua casa, a família e sentar a uma mesa para psicografar na frente de uma enorme quantidade de pessoas.
Certo dia, Chico Xavier o procurou e fez a inevitável pergunta: “Quando começa a psicografar?" Celso, meio constrangido, alegou não ter capacidade para se expor. Alguns iriam julgá-lo impostor. Chico o observou em silêncio por alguns instantes e disse: "Então, você é melhor que Jesus. Ele foi julgado! Ora, Celso, se te chamarem de impostor você sabe que não é, e se lhe chamarem de santo, você também sabe que não é... E mais: julgado, todos os dias nós somos julgados: em casa, na rua, no emprego... O que importa é o trabalho a fazer”.
Diante dessa "intimação", Celso começou efetivamente a psicografar perante o povo, nas reuniões espíritas. E numa dessas reuniões, um homem atrapalhava a passagem das pessoas até a mesa da psicografia. Perguntou aos presentes quem era o desconhecido e ninguém soube responder. O estranho se aproximou de Celso e o tranquilizou: "Calma, vou te dar um passe".
Depois de alguns dias, na casa de um amigo, Celso reconheceu o homem, através de uma fotografia. Segundo ele, era o Dr. Henrique Krueger, já desencarnado.
Mas o espírita gosta mesmo é de receber a carta de um ente desencarnado e transmiti-la para a família. Já apaziguou muitas mães desesperadas. O que pede em troca ao passar as mensagens? "Apenas que essas mães rezem por mim... enquanto minhas orações só chegam até esse telhado aqui, a prece de mãe arromba a porta do céu!".
Celso sempre falava que oramos por três motivos: pedir, louvar e agradecer. Porém, pouco louvamos, pouco agradecemos e pedimos sem parar.
Ele recebeu várias mensagens de Espíritos ilustres, entre eles Clara Nunes, Altemar Dutra, o piloto do helicóptero acidentado de Ulisses Guimarães, e Mamonas Assassinas. Psicografando livros, escreveu Fonte Fraterna, com mensagens de otimismo. Concedeu entrevistas ao Globo Repórter, Fantástico, Ana Maria Braga, no programa Mais Você, Rede Bandeirante, Rede TV e revista Isto É , entre milhares de outras. Em 2011, saiu matéria sobre ele na edição da revista Super Interessante, mas não lhe agradava muito a notoriedade. Relata que a mídia enfatiza muito as mensagens de celebridades falecidas.
O que realmente importa é a caridade no dia a dia. Avisa que caridade não é apenas dar um pão a um necessitado. É perdão e paciência com quem convive e está ao seu lado. Sorrindo, Celso finaliza a entrevista: “Como diz um amigo meu: que Deus te persiga!”.
Celso psicografou mais de 30 mil cartas de familiares e editou 34 livros e cinco CD’s, doando todos os direitos autorais a instituições espíritas. Ele foi um baluarte, um grande missionário; cumpriu sua missão com louvor. Celso também trabalhou com o médium Chico Xavier. As pessoas consideravam-no um sucessor do Chico, mas ele afirmava que era um aluno de Chico Xavier. Celso de Almeida Afonso desencarnou na madrugada de terça-feira, 26 de fevereiro de 2013, aos 72 anos.
Em tempo – Entenda-se porque mão foi registrada, aqui, a biografia de Adelino de Carvalho, personagem sempre lembrado em palestras no Grupo da Fraternidade Espírita José Grosso e Maria João de Deus.
A presente matéria é, especificamente, dedicada a Celso de Almeida Afonso, por isso lembramos a sua biografia, ficando para breve, em outro momento, a lembrança de Adelino de Carvalho, através da sua biografia.
fonte: Grupo da Fraternidade Espírita José Grosso e Maria João de Deus - Três Lagoas (MS), situado na Viela Chico Xavier, esquina com a Rua Allan Kardec, na Vila Haro