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Atropelamentos e mortes de animais nas estradas de Mato Grosso do Sul



PALESTRA
O tema foi exposto em palestra, ministrada pelo professor do Setor de  Ecologia da Universidade Federal de Lavras (MG), Alex Bager, que também é coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE/UFLA) e criador do Sistema Urubu, aplicativo para celular que permitirá monitoramento e registro dos acidentes envolvendo animais silvestres.
“Estudos iniciados em 2012
, revelam que mais de 475 milhões de animais vertebrados e répteis são atropelados e morrem anualmente nas rodovias do Brasil. “Isso quer dizer que, 15 animais são mortos por segundo pelo tráfego rodoviário e a grande maioria desses casos não é nem percebida pelos condutores de veículos”, observou Alex Bager.
Felizmente, no Mato Grosso do Sul, “já existe uma base de dados de atropelamentos de animais silvestres”, levantada pela Equipe Ipê, que efetuou 24 monitoramentos em 2013 e 2014, percorrendo mais de mil km em cada monitoramento, na BR- 262 e na BR-163, informou o palestrante.
“É grande a riqueza da biodiversidade em Mato Grosso do Sul e é essa riqueza que atrai e encanta as pessoas. Mas o turista não quer ver apenas carcaças de animais, mortos por atropelamento nas nossas rodovias”, comentou.
Segundo dados do Programa de Monitoramento de Fauna do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes), de Anastácio a Corumbá, trecho de uns 290 km da BR-262, anualmente, são atropelados e morrem 610 animais de médio e grande porte. Na mesma rodovia, segundo o DNIT, no trecho de Três Lagoas a Campo Grande, são 210 animais mortos por ano.
“O número de animais visualizados e apresentados nesses dados é bem menor que o número real dos animais atropelados e mortos, que chegam a mais de três mil”, revelou Bager. Ele explicou que, são poucas as chances de encontrar o animal depois que foi atropelado. “Por isso, existe a margem de quatro a cinco vezes de erro do quadro de animais que morreram e o quadro de animais ou suas carcaças encontradas”.
“No caso de répteis, o número de animais encontrados deve ser multiplicado por 10 e no caso de aves, multiplicado por sete. Quanto menor é o animal, mais a gente erra no levantamento desses dados de atropelamento e morte”, observou Bager.
SUGESTÕES
São variadas as sugestões para a redução de impactos ambientais, no caso, para a redução de atropelamentos e mortes de animais silvestres nas rodovias e ferrovias de Mato Grosso do Sul. “O que a gente quer é proteger e preservar a rica biodiversidade”, resumiu Bager.
O palestrante propôs os seguintes passos e medidas, que poderão ser adotados, entre elas, a implantação de um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), ao menos em Três Lagoas e Corumbá, nos moldes do existente em Campo Grande.
No caso de Três Lagoas, um projeto modelo de implantação de um CRAS foi entregue pelo vereador Beto Araujo ao Imasul, mas considerado inviável financeiramente, sobretudo pelo custo de manutenção mensal de R$ 50 mil, informou o vereador.
Outra proposta é o projeto de lei, em estudos, que Beto Araujo pretende protocolar na Câmara Municipal de Três Lagoas, denominado de “Rodovidas”. O estudo para elaboração do projeto conta com a consultoria da Bager, um dos maiores especialistas brasileiros sobre o tema, e da Universidade Federal de Lavras. Com a medida, Beto quer criar mecanismos para redução dos atropelamentos e programa de planejamento para o socorro eficiente dos animais acidentados, tanto na região de Três Lagoas quanto no MS.
Entre as propostas, foi dado ênfase à educação ambiental continuada nos diferentes níveis de ensino; capacitação de gestores ambientais para a coleta eventual de dados de atropelamentos de animais; monitorar todas as medidas adotadas; e propor ao governo do Estado que adote sérias medidas condicionantes de preservação do meio ambiente aos projetos de construção e ampliação de rodovias e ferrovias.
                                                               SISTEMA URUBU
 
Entre as demais propostas de medidas de redução de atropelamentos de animais silvestres, foi apresentado, na audiência pública, o Sistema Urubu, criado por Bager e que funciona como uma espécie de Rede Social de Conservação da Biodiversidade, iniciado em 2012, quando se teve o registro de 475 milhões de atropelamentos de animais.
“É um aplicativo em aparelho de telefonia celular, em que a pessoa registra e nos envia por fotografia animais atropelados nas nossas rodovias”, resumiu.
Esse aplicativo está disponível gratuitamente por meio do Urubu Mobile, Urubu Web, Urubu Map e o Urubu Info, explicou.
Os dados são enviados ao Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE). ‘E colaboram significativamente para a atualização do levantamento de números de animais mortos nas nossas rodovias”, observou.
Uma das propostas também discutidas foi a viabilização da aplicação de recursos financeiros das condicionantes ambientais dos empreendimentos industriais já implantados em Três Lagoas.
“É importante articular projetos  que resultem em ações de conservação ambiental em Três Lagoas”, ressaltou o gerente de Fauna do Imasul, referindo-se a recursos em depósito de compensação ambiental.
“Fico demais preocupado com a redução de florestas nativas para se plantar eucalipto e até grama, brachiara que alimenta o gado. Com isso, os animais estão migrando para a cidade na busca de alimentos”, observou o promotor de Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia de Oliveira.
“É lamentável a construção de rodovias sem condições ambientais, sem os mínimos elementos protetores para que esses animais não sejam atropelados e mortos”, completou Antônio Carlos.


informações: assessória CMTLS

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