A entrega dos equipamentos foi realizada no dia 11 de janeiro, última segunda-feira, no escritório local da Agraer. Graças a qualidade dos projetos apresentados, foi possível viabilizar um montante de R$ 32.475,00 para a compra de três motores Yamaha, sendo eles de 15 HP, 40 HP e 25 HP, além de um barco de 6 metros borda alta.
Em posse dos equipamentos, a perspectiva dos pescadores é a melhor possível, garante a piscicultora Ana Ruiz Dias. “Eu não sabia da existência dessa linha de crédito. O Thiago que veio até a gente para falar como funciona. O bom que terei três anos para poder pagar os R$ 8,800,00 do motor. Começo a pagar só em novembro, assim terei um tempo para me planejar” comemora a mulher que já antevê ações, “Trabalho com barco alugado até eu comprar o meu. A minha intenção é fazer um novo projeto daqui a algum tempo”.
Outro que também se demonstra otimista com a aquisição é o pescador Tomaz Hoffmeister que faz do Rio Paraguai a principal fonte de sustento da sua família. “Tenho um filho que é mecânico de barco e lancha e pela sua experiência me ajudava na hora da locação do barco e, às vezes, até conseguia emprestado com alguém. Mas ter o próprio barco é diferente”, afirma.
“Comprar um barco ou motor fora do Pronaf é mais caro, mais difícil e o prazo de pagamento é mais curto. A gente não compraria um equipamento dessa qualidade sem uma linha de crédito facilitada. Eu, por exemplo, terei dez anos para pagar os R$ 17.451,00 do barco e do motor 40 HP”, afirma o piscicultor.
Há quatro anos no setor, Tomaz que trocou o trabalho em empreiteira pela pesca ressalta a importância de um serviço público de Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) de qualidade. “A gente estava meio por fora do Pronaf Mais Alimentos e se não fosse o Thiago a gente não saberia disso tudo. Já até levei um companheiro no escritório da Agraer para se informar”.
Em Porto Murtinho, são cerca de 300 a 400 pescadores, homens e mulheres que diariamente se dedicam a pesca em um dos rios mais conhecidos do Estado. Pacu, caxara, piau, barbado e pintado são as espécies mais comercializadas. Os alevinos fisgados são vendidos para bares, pousadas e turistas da região.
Para os próximos meses a proposta da Agraer é divulgar ainda mais as linhas de crédito entre os pescadores profissionais. “Nem todo mundo tinha conhecimento no assunto. Vamos dar palestras para falar como funciona o programa”, revela o coordenador municipal da Agência, Thiago Berto.
E do que depender de pescadores como o senhor Tomaz, os trabalhos terão sucesso garantido. “Agora é época de piracema. Então, quando fecha a pesca a gente fica no seguro, mas não fica parado. Eu mesmo vou para a horta ajudar minha esposa. E já fiquei sabendo que tem recursos para quem trabalha nisso. Quem sabe a gente não melhora a irrigação”, avalia ele.
A cerimônia de entrega dos equipamentos contou com a presença dos pescadores beneficiados, Antônia Dias Ruiz, Tomaz Hoffmeister e João Henrique de Campos, o presidente da Colônia de Pescadores Z6, de Porto Murtinho, Zeferino Rodrigues Nunes, o representante do Banco do Brasil, Sandro Pereira e o coordenador da Agraer Thiago Sorroche Berto.
Incentivo a piscicultura
Desde outubro de 2015, os produtores de pescados podem financiar embarcações e motores náuticos pelo Programa Mais Alimentos, uma linha de crédito do Pronaf, que financia investimentos em infraestrutura produtiva da propriedade familiar.
A medida veio de um acordo entre Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) com a Associação Brasileira de Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), divulgada durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar. O acesso ao crédito vai beneficiar diversos trabalhadores que vivem da pesca.
A medida também promete movimentar o setor náutico, pois a ação do governo federal vai fortalecer e estimular o desenvolvimento da indústria. “Tanto o barco como os motores foram comprados de uma empresa do município de Corumbá. É um dinheiro que circula no Estado e gera rendimentos”, analisa Thiago.
Aline Lira, da Assessoria de Comunicação da Agraer.